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Vetores - Movimento Curvilíneo




Grandezas Vetoriais e Escalares

Você está habituado a lidar com uma série de grandezas como, por exemplo, o volume de um corpo, a área de um terreno, a temperatura de um objeto etc.
Observe que, em todos esses exemplos, as quantidades citadas ficam plenamente conhecidas quando especificamos seu valor, ou seja, seu módulo e a unidade de medida.
Tais grandezas são denominadas grandezas escalares.
Entretanto, existem outras grandezas, que necessitam de mais informações para serem entendidas.
No estudo dessa postagem, a compreensão da ideia de direção e sentido são fundamentais.
Observe a figura abaixo:



A reta r_1 determina uma direção. A reta r_2, não paralela a r_1, determina outra direção. Já a reta r_3, por ser paralela a r_1, possui a mesma direção de r_1.
Em outras palavras, retas paralelas possuem mesma direção.
Consideremos agora, uma dada direção definida pela reta AB:



É claro que podemos imaginar uma pessoa se deslocando nessa reta (nessa direção) de duas maneiras diferentes: de A para B ou de B para A. Dizemos então, que há dois sentidos possíveis na direção da reta AB.

Deslocamento

O deslocamento de um corpo é o segmento que une a sua posição inicial à sua posição final.
Lembre-se que o deslocamento não leva em consideração a trajetória do corpo.
Suponha que você desejasse informar a uma pessoa sobre o deslocamento de um carro. Se você lhe dissesse que o carro deslocou 1600 km, isto é, se você informasse apenas o módulo do deslocamento, esta pessoa não poderia fazer nem ideia da mudança de posição do carro.
Então, para melhor entendimento, você deveria informar que o deslocamento se deu na direção x, e qual o sentido do movimento.
Em resumo, para especificarmos um deslocamento AB qualquer, temos que fornecer:

- Seu módulo;
- Sua direção e 
- Seu sentido.

Grandezas que se comportam dessa maneira, são denominadas grandezas vetoriais, e são representadas através de setas orientadas.
O vetor força por exemplo, pode ser dado da seguinte maneira:


Soma de Vetores

Consideremos, um corpo que se desloca de A a B, e em seguida de B a C. Esses deslocamentos estão representados abaixo:



O efeito final entre os dois deslocamentos combinados é levar o corpo de A a C. Dizemos então que o vetor \vec c é o vetor soma entre \vec a e \vec b.
\vec c= \vec a +\vec b

Para construir a resultante, \vec c, de dois vetores \vec a e \vec b, traçamos o vetor \vec b de modo que sua origem coincida com a extremidade do vetor \vec a. Unindo a origem de \vec a com a extremidade de \vec b, obtemos \vec c.

Outra maneira de se encontrar a resultante entre 2 vetores, é através da Regra do Paralelogramo, mostrada na figura abaixo:



Estes vetores estão traçados de modo que suas origens coincidam. Traçando um paralelogramo que tenha \vec a e \vec b como lados, a resultante \vec c será dada pela diagonal deste paralelogramo que parte da origem comum dos dois vetores.

Agora, para encontrar a resultante de vários vetores, usaremos um processo semelhante àquele visto com 2 vetores. Consideremos os 4 movimentos abaixo:

Escolhida uma escala apropriada, traçamos os vetores de modo que a extremidade de um coincida com a origem do seguinte, como mostra a figura abaixo:



Evidentemente, o deslocamento resultante, isto é,o deslocamento capaz de substituir os deslocamentos sucessivos combinados será o vetor \vec V, que une a origem do primeiro vetor com a extremidade do último. Portanto temos:
\vec V= \vec V_1 + \vec V_2 +\vec V_3 + \vec V_4

Componentes de um Vetor

Consideremos o vetor \vec V. Tracemos, a partir da origem O do vetor, os eixos perpendiculares OX e OY. Da extremidade de \vec V, tracemos uma perpendicular sobre OX. Assim, estamos projetando o vetor \vec V sobre o eixo OX e obtemos \vec {V_x} .
Do mesmo modo, podemos obter a componente \vec {V_y}.
Esses procedimentos são demonstrados na imagem abaixo:



Conhecendo os valores de \vec V_x e \vec V_y, podemos calcular o módulo de \vec V, por Pitágoras:
V^2=V_x^2+V_y^2


Velocidade e Aceleração

Consideremos uma partícula se movendo em uma trajetória curvilínea, como na figura abaixo:



Para estudar um movimento como este, é necessário considerar o caráter vetorial da velocidade, isto é, devemos definir o vetor \vec V a cada instante. A direção de \vec V é tangente à trajetória no ponto que a partícula ocupa no instante considerado e o seu sentido é o sentido do movimento da partícula naquele instante.

Consideremos agora, uma partícula descrevendo uma trajetória curva, de tal modo que o valor da sua velocidade permaneça constante.



Embora o módulo da velocidade seja constante, a direção do vetor \vec V está variando. Já vimos que, se a velocidade varia, há aceleração. Essa aceleração, quando a direção da velocidade varia, é chamada de aceleração centrípeta. A aceleração centrípeta \vec a_c, é um vetor perpendicular à velocidade e dirigida para o centro da trajetória.

Na figura abaixo, suponhamos que um corpo entre numa curva com uma velocidade cujo módulo está crescendo. 



Podemos dizer que este corpo possui 2 acelerações: a aceleração centrípeta ( pois a direção da velocidade está variando) e, além disso, uma aceleração tangencial, que caracteriza a variação do módulo de \vec V. A aceleração tangencial é um vetor de mesma direção de \vec V (tangente à trajetória) e cujo módulo é aquele que você já aprendeu a calcular:
a_T=\frac{\Delta V}{\Delta t}
O sentido de \vec a_T é o mesmo de \vec V se o movimento for acelerado e contrário ao de \vec V se o movimento for retardado.
Em resumo, podemos dizer que sempre que a direção do vetor velocidade variar, teremos uma aceleração centrípeta e sempre que variar o módulo do vetor velocidade, teremos uma aceleração tangencial.

Movimento Circular

Dizemos que uma partícula está em movimento circular quando sua trajetória é uma circunferência como, por exemplo, a trajetória descrita por uma pedra presa a um fio:



Se, além disso, o valor da velocidade permanecer constante, o movimento é denominado circular uniforme. Então, nesse movimento, o vetor velocidade tem módulo constante, mas a direção do vetor varia constantemente.

O tempo que a partícula leva para efetuar uma volta completa é denominado período do movimento, e é representado por T. O espaço percorrido pela partícula, durante um período, é o comprimento da circunferência que equivale a 2\pi R.
Logo:
V=\frac{d}{t}\therefore v=\frac{2\pi R}{T}


Suponha que, no movimento acima, verificássemos que a pedra efetua 30 voltas em um tempo de 10 segundos. A frequência f, é dada por:
f=\frac{30}{10}=3Hz


A relação entre f e T é:

f=\frac{1}{T}


Consideremos agora, uma partícula em movimento circular, passando pela posição P_1 mostrada abaixo.



Após um intervalo de tempo \Delta t, a partícula estará passando pela posição P_2. Neste intervalo de tempo, o raio que acompanha a partícula em seu movimento descreve um ângulo \Delta \theta.
A relação entre o ângulo descrito pela partícula e o intervalo de tempo gasto para descrevê-lo é denominada velocidade angular da partícula. Ela é dada por:
\omega=\frac{\Delta \theta}{\Delta t}


A velocidade definida por v=\displaystyle \frac{\Delta v}{\Delta t}, que já conhecemos, costuma ser denominada velocidade linear, para distingui-la da angular.

Os ângulos podem ser escritos em graus ou radianos:



A relação entre v e \omega é dada por:

v=\omega R


Esta equação nos permite calcular a velocidade linear v, quando conhecemos a velocidade angular \omega e o raio R da trajetória. Ela só é válida para ângulos medidos em radianos.

No movimento circular uniforme, o módulo da velocidade da partícula permanece constante e, então, a partícula não possui aceleração tangencial. Entretanto, como a direção do vetor velocidade varia constantemente, a partícula possui aceleração centrípeta.
Podemos deduzir, matematicamente, que:

a_c=\frac{v^2}{R}

Composição de Velocidades

Consideremos um avião voando, com uma certa velocidade, em um local onde o ar esteja parado, sem ventos. Se começar a ventar, o avião estará animado de dois movimentos: seu movimento em relação ao ar, que lhe é proporcionado pelos motores, e o movimento do ar (em relação à Terra), que também desloca o avião. Situações como esta, em que o corpo possui, simultaneamente, duas ou mais velocidades, em relação a um observador, são encontradas frequentemente. Por exemplo, um barco que se movimenta em um rio enquanto é arrastado por uma correnteza, uma pessoa que caminha dentro de um veículo enquanto é levada por esse mesmo veículo etc.

Exemplo 1:
Consideremos um barco cuja velocidade em relação à água é V_b=6 \frac{m}{s}. Este barco se movimenta em um rio cuja correnteza tem uma velocidade V_c=4 \frac{m}{s}.
Há 3 possibilidades:


a) Com que velocidade o barco desce o rio?



Vemos que o valor da velocidade resultante é dado pela soma algébrica dos módulos de \vec V_b e \vec V_c e, assim, o barco desce o rio mais rapidamente do que se não existisse a correnteza.

b) Com que velocidade o barco sobe o rio?



Evidentemente, em virtude do menor valor da velocidade resultante, o barco gastará mais tempo para subir o rio do que para descer.

c) Se a velocidade \vec V_b for orientada perpendicularmente à margem, com que velocidade o barco se deslocará pelo rio?



Observando o caso "c", vemos que as velocidades são perpendiculares entre si.
Isso significa que \vec V_c não tem componente na direção de \vec V_b e, portanto a correnteza não terá nenhuma influência no tempo que o barco gasta para atravessar o rio. Consequentemente, haja ou não correnteza, o tempo de travessia será o mesmo, pois o efeito da correnteza é unicamente de deslocar o barco rio abaixo.
Do mesmo modo, sendo nula a componente de \vec V_b na direção da correnteza, a velocidade do barco não terá influência no seu movimento rio abaixo. Logo, as velocidades \vec V_b e \vec V_c são independentes. Em outras palavras:
Quando um corpo está animado, simultaneamente, por dois movimentos perpendiculares entre si, o deslocamento na direção de um deles é determinado apenas pela velocidade naquela direção.

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